A BNCC segue as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), que defendem as especificidades etárias na proposta pedagógica, sem antecipar os conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.
O artigo 4º das DCNEI define a criança como sujeito histórico e de direitos, que conhece a si mesmo, o outro e o mundo, interagindo e produzindo cultura de diferentes modos e por meio de diferentes linguagens: brincando, imaginando, experimentando, ouvindo, criando e narrando histórias, observando e questionando.
Dessa forma, constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. Um dos pontos importantes da Base em relação à Educação Infantil é a apresentação de direitos de aprendizagem e desenvolvimento em relação a três faixas etárias: bebês (0 a 18 meses); crianças bem pequenas (19 meses a 3 anos e 11 meses); crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses). Levando em conta as características dos bebês e das crianças e as orientações das DCNEI, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento referem-se a cinco principais ações: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.
Com base nesses direitos, são definidos como eixos dos currículos cinco campos de experiências: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e imagens; Escuta, fala, linguagem e pensamento; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Na Educação Infantil, esses campos de experiências − que, no Ensino Fundamental e Médio, se traduzem em áreas de conhecimento – têm a brincadeira e as interações como eixos para o currículo que orientará as práticas pedagógicas.
A zona de desenvolvimento proximal de Lev Vygotsky A zona de desenvolvimento proximal é um conceito interessante para o estudo das habilidades de leitura e escrita.
Nela, o educador precisa descobrir a capacidade atual do aluno (por exemplo, ler palavra por palavra) e então supor os níveis mais altos de tarefas que ele conseguirá realizar sob orientação (por exemplo, ler pequenas frases). Essa é a zona de desenvolvimento proximal, a faixa de atividades que podem ser feitas e que serão úteis para o estudante para avançar no aprendizado [6].
Assim, os designers instrucionais, os (as) educadores (as) que criam jogos didáticos, currículos e sequências didáticas devem ter como objetivo permitir que o aluno alcance os níveis superiores da sua zona de desenvolvimento proximal, para que, sob orientação, cumpra as tarefas mais desafiadoras de que é capaz. “À medida que uma nova habilidade ou conceito é dominado, o que uma criança um dia pode fazer apenas com assistência, logo se torna seu nível de desempenho independente” *7+.
Quando isso acontece, significa que a zona de desenvolvimento proximal da criança se deslocou para cima e, nesse caso, o processo é reiniciado com o (a) professor(a) propondo um desafio mais alto para que a criança se esforce e avance para o seu próximo nível.
Teorias cognitivas na alfabetização Infelizmente, a maioria dos estudantes das escolas brasileiras não atinge as metas de aprendizado de leitura e escrita até o 3º ano (período oficial da alfabetização). A perspectiva cognitiva pode fornecer informações valiosas para entender e atuar sobre esse problema. Usando o conceito de zona de desenvolvimento proximal, podemos dividir esse desafio em dois momentos.
O primeiro deles é a zona de desenvolvimento proximal das crianças antes de entrar na escola, desenvolvida nos primeiros anos por suas interações com familiares e cuidadores. Esse é um conceito importante para a avaliação do aproveitamento do aluno na alfabetização porque se relaciona diretamente com a zona de desenvolvimento proximal em potencial no final da terceira série.
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