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Vício familiar: exemplo dos pais pelo celular chega na criança

Especialistas garantem que há cada vez mais casos de crianças com nomofobia, vício patológico em celular, e com graves transtornos físicos e mentais associados ao manejo inadequado, além de prejuízos sociais, afetivos e de desenvolvimento. Arte

Crianças entre 4 e 5 anos em tratamento: irritação e reduzida tolerância

A psicóloga Tamara Maia, especialista no público infanto-juvenil, conta que tem atendido crianças muito pequenas com um grau de dependência alarmante.

As crianças mais novas têm entre 4 e 5 anos. E as características que apresentam são, principalmente, relação de apego, onde têm que ter o tablet por perto, o celular por perto


Além disso, cita: "Outra característica é a irritabilidade exagerada quando não se tem o objeto, seja por proibição, seja por bateria fraca. A criança já demonstra uma baixíssima tolerância à frustração, especialmente quando fica sem aquele objeto”. 

No caso de adolescentes, Machado identifica um crescente índice de casos de “isolamento social, depressão e até tentativa de suicídio”. 


O desenvolvimento neurológico também vem sendo afetado. Muitas crianças já apresentam alteração no sono e quadros de insônia. Tamara Maia explica que “essa luz que o celular emite e todo esse estímulo que ele provoca faz com que a melatonina (hormônio que tem a função de indutor do sono) entre em déficit".  

Rendimento escolar e interação social comprometida

No consultório de psicologia, a especialista explica que as crianças não são levadas por apresentarem vício em telas, em si, mas por causa dos efeitos secundários que a dependência gera e que, muitas vezes, os pais nem percebem a causa.

“São crianças que têm uma dificuldade de ficar com outras atividades que não seja o uso do celular, são crianças que passam um tempo bem maior do que o esperado com o aparelho, que nas outras relações já demonstram algum tipo de prejuízo”.  

Ela também afirma que os pequenos podem apresentar “transtornos desencadeados por conta desse uso: os principais são ansiedadedepressão e, também, TDAH (Déficit de Atenção com Hiperatividade) que muitos pais nem se dão conta já que, quando a criança fica ali, com a tecnologia, parece que está muito focada mas a gente chama isso de hiperfoco”, explica.

Crianças com essas características tendem a apresentar déficits no rendimento escolar e dificuldade de interação social. 

Vício familiar: exemplo dos pais pelo celular chega na criança

Além de todos as questões já citadas, uma em particular chama atenção de, praticamente, todos os especialistas, os prejuízos afetivos relacionadas à exposição constante das telas. As crianças que passam mais tempo com celular do que em atividades reais com a família ficam mais suscetíveis às doenças psicossomáticas.

Na maioria dos casos, o uso abusivo do celular não se estende apenas aos pequenos. Já é consequência do vício dos pais. 


“A criança ela nasce com uma necessidade do outro, do contato real com o outro e quando esse contato não é dado, e não é dado de forma produtiva, ela apresenta uma série de questões e até mesmo comportamentos inadequados na tentativa de ter essa atenção pra ela. Então é comum que os pais, infelizmente, não se deem conta de que perdem um momento muito precioso quando estão ali, né, voltados para o celular”, afirma Tamara Maia. 

A terapeuta ocupacional Ana Nery Feitosa, do HUWC, afirma que, às vezes, os pais nem percebem a negligência. Ela afirma que é comum detectar situações em que “a criança pede o carinho da mãe e a mãe está lá no celular, ‘agora não, que eu não posso’ e, vai ver, está fazendo coisas que nem são tão importantes, né? Acontece muito”. 

A universitária Artemmisia Oliveira, mãe do Rafael, de 6 anos, conta que era bastante dependente do celular até o período em que o filho tinha 2 anos. Segundo ela, era comum o uso em momentos importantes para os dois.

Quando ele ia mamar, mais à noite, eu ficava ali no celular, jogando. Dá até vergonha de falar mas realmente eu fiz isso, né? Não foi legal, me arrependo, mas acabava usando mesmo


Depois de perceber o vício, a mãe decidiu mudar completamente a rotina. Hoje, só usa o celular para situações urgentes e nunca na frente do Rafael. O menino, também, raramente usa o aparelho. Para os especialistas, a principal recomendação é o equilíbrio. A tecnologia é importante mas precisa ser usada com bom senso. 

A psicóloga Tamara explica que “a criança aprende muito através do exemplo, então, quando a gente fala algo pra ela, não vai contar tanto como aquilo que a gente está fazendo”. 

Muitas vezes, os pais pedem para as crianças não usarem, mas estão ali, com o olho na tela e pedindo. Aquilo não tem realmente um efeito efetivo para a criança 


Ela sugere como ação a adoção de “combinados”, ou seja, limites. “É importantíssimo que a criança tenha uma noção de até onde ela pode ir em relação ao tempo de uso. E aí, depois que isso é estabelecido, realmente, no dia a dia, cobrar que isso seja feito, mas também dando exemplo”, explica Tamara. 

 

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